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O agro em Goiás: entre a riqueza econômica e a identidade cultural

  • Foto do escritor: Gazeta Goyazes
    Gazeta Goyazes
  • 2 de ago. de 2024
  • 12 min de leitura

Atualizado: 6 de ago. de 2024

Uma análise sobre como o agronegócio molda a identidade cultural, a economia e o cotidiano em Goiás


Por Anna Salgado, Anna Paulla Alves, Fernanda Queiroz e Isadora Miranda



“Goiás é uma grande fazenda”, afirma o violeiro anapolino Almir Pessoa. A fala do artista popular reflete algo que a economia revela em números. O estado de Goiás é o sétimo maior do Brasil em termos territoriais e, em relação ao agronegócio, ocupa a sexta colocação entre os estados que mais produzem o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do país. Esse valor corresponde a cerca de 62% do faturamento de toda a riqueza produzida no Estado e quase um décimo do VPB de todo Brasil.


A presença e força do agronegócio em Goiás vem desde o período colonial, mas foi realmente impulsionada no final do século XX, durante as décadas de 1960 e 1970, quando políticas de modernização agrícola foram implementadas. 


Essa longa história vai além de uma atividade econômica e pode ser observada em todos os cantos de Goiás: nas paisagens, nas pessoas, na cultura, nas diferentes formas de produção espalhadas pelo vasto território, na economia e no imaginário coletivo. Entretanto, a disseminação do agro como objeto cultural pode resultar no apagamento de outras identidades presentes nas raízes goianas.



Agro é tudo – tudo mesmo?


Goiás, conhecido por sua rica diversidade cultural, é o berço do sertanejo e lar de comunidades ancestrais indígenas e quilombolas. De acordo com o Censo 2022, a população do Estado conta com mais de 30 mil quilombolas e quase 20 mil indígenas. Hoje, esse patrimônio enfrenta uma ameaça silenciosa: a expansão do agronegócio. Sob a bandeira do progresso e da modernização, vastas áreas do cerrado goiano são desmatadas e transformadas em monoculturas de soja e milho, seguindo um modelo de produção agrícola intensivo e altamente lucrativo. Contudo, o lucro e a imagem publicitária do goiano pode resultar no apagamento da identidade cultural desses povos que são a gênese do estado.


Os estereótipos goianos promovidos pela mídia através de novelas, músicas, seriados e propagandas podem não representar grande parte dos moradores do Estado, devido ao fato de que a imagem transmitida, majoritariamente, é de um homem, branco, de chapéu, cinto de fivela e botina. Esses são os primeiros resultados da pesquisa “goiano” no Google Imagens, refletindo no imaginário popular. Embora esse retrato possa ilustrar uma parcela da população goiana, é necessário conhecer aquelas pessoas que não se encaixam neste espectro estabelecido.


 Resultado da pesquisa pelo termo “goiano” no Google Imagens. Acesso em 02/08/2024.



O antropólogo Túlio Fernando Mendanha de Oliveira, com experiência em estudos da cultura popular goiana, afirma que ocorre uma apropriação do sertanejo, de forma que até as vestimentas são essencializadas e corroboram com essa imagem distante da dura realidade da vida na roça e dos povos caipiras que originaram o estado de Goiás. A criação desta persona do sertanejo é parte de um extenso processo midiático que se sustenta através da tríade “Agro é pop, agro é tech, agro é tudo”, como é dito em uma publicidade da maior emissora televisiva do país.


Ao ser questionado sobre a forma com que o agronegócio enfraquece as identidades locais, quando promove valores e modelos de vida homogeneizados e distantes da realidade do povo sertanejo e indígena, o pesquisador afirma que o sertanejo é fruto da formação da cultura caipira no interior de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, aqueles indivíduos que se estabeleceram nos sertões desses três estados, levando um modo de vida apegado ao sertão, com suas particularidades, religiosidade característica e, principalmente, com hábitos muito ligados aos indígenas. “[...] No sertanejo existe uma raiz do indígena e esta foi esquecida, antes por nós e depois mais subsumida ainda pelo agronegócio que, na atualidade, sejamos francos, vê quase que como adversários estes povos tradicionais”.


Entretanto, o antropólogo ressalta que este apagamento cultural é mais característico nos grandes centros urbanos, como Goiânia, e garante que no interior ainda acontecem muitas manifestações realizadas pelas comunidades tradicionais. “Nos interiores onde convivo, ainda que a vida seja difícil para comunidades e povos tradicionais, estas criam formas de resistência bastante interessantes também.” Apesar das manifestações mencionadas serem em grande maioria voltadas à roça e à ruralidade.


Em relação à suposta imagem, financiada pelo agronegócio, o pesquisador reitera que esta ideologia pode provocar certa identificação em algumas pessoas, mesmo que não estejam diretamente ligadas à produção agropecuária em grande escala, como pequenos agricultores, criando laços de pertencimento que não são, necessariamente, condizentes com a realidade. No entanto, também existem pontos positivos: “Essa ‘identidade’ goiana ligada ao mundo rural atingiu um certo renovo de uns anos para cá, com iniciativas públicas de feitura de cavalgadas, desfiles de carros de boi e outras festas ligadas à ruralidade. Se o mercado busca essa apropriação de determinados signos culturais, os indivíduos que praticam estas manifestações também se utilizam, a seu modo, dos incentivos gerados pelo mercado para trazer de volta práticas da ruralidade como resguardo de memórias e formas de pertencimento”, ressalta.


A música sertaneja também tem sido um grande impulsionador quando se trata de exaltar o agronegócio, principalmente com a criação de suas vertentes “sertanejo universitário” e, o mais recente, “agronejo”, este último baseia suas letras exclusivamente nas vivências da agropecuária. Canções como “Desde pequena, quando alguém perguntava o sonho dela; Ela respondia: peão de bota e fivela” (Sonho Dela - CountryBeat), têm caído no gosto do público e, atualmente, alcançam o topo das principais plataformas de música do país, deixando para trás todos os gêneros musicais. 


Túlio Mendanha menciona que a música sertaneja, desde os anos 1980, já não se prendia apenas à descrição da vida rural, mas também já havia artistas que narravam a vida moderna e utilizavam vestimentas características, como a dupla goiana Léo Canhoto e Robertinho. O pesquisador alerta que a principal preocupação em relação ao agronejo é a promoção de uma imagem exacerbadamente positivista e romantizada do agronegócio, através de melodias envolventes e discursos milimetricamente planejados pelo mercado e a indústria que, financiados pelo agronegócio, podem tirar o foco da população acerca dos males causados.


Leo Canhoto e Robertinho, álbum Delegado Jaracuçu, 1977.




A tradição que ainda vive: a música caipira em Goiás


No coração do Brasil, Goiás preserva em suas entranhas o que há de mais autêntico na cultura caipira, moldando, dessa forma, a identidade sociocultural de sua gente ao longo dos anos. A vivência sertaneja, com suas nuances de costumes, saberes e fazeres, tece a trama que sustenta a alma goiana.  A música caipira, em suas diversas variações rítmicas, como a moda de viola, cateretê e cururú, desempenha um papel crucial nesse cenário. Não se trata apenas de um estilo musical, mas de uma narrativa que conta histórias e “estórias” do cotidiano, que embala sonhos e desventuras do povo do campo. A moda de viola, em particular, é um elo que conecta o passado ao presente, mantendo viva a essência da tradição sertaneja. Contudo, essa rica herança enfrenta desafios contemporâneos significativos.


Nos últimos anos, a música sertaneja moderna, com seu apelo comercial e temas voltados ao consumo exagerado de álcool e à sexualidade, tem ofuscado a  essência da música caipira"O que se vê e se intitula sertanejo atualmente e sua grande maioria serve para fazer muito dinheiro, deturpar a sociedade com conceitos de uso de álcool em exagero, sexualidade exacerbada e em último lugar e talvez a única coisa que salve: gerar emprego para vários músicos, produtores e demais pessoas ligadas ao ramo”, aponta Almir Pessoa, violeiro anapolino. 


A preservação e celebração da moda de viola nas comunidades goianas se tornam, assim, um desafio cada vez maior, necessitando de esforços contínuos para que não se percam nas brumas do tempo. A música caipira é como se fosse o “papo sério” quando se fala em som produzido por essas bandas. "Tipo, você vai à casa do seu tio lá do interior, passa a mão em algum instrumento musical e vai tocar algo, esse algo é raiz, senão você é apenas playboyzinho da capital”, ressaltou o músico. 


Os festivais e eventos culturais desempenham um papel fundamental na promoção e preservação da música sertaneja e da moda de viola. No entanto, há uma evidente disparidade entre o investimento destinado aos grandes festivais de música sertaneja moderna e os modestos recursos alocados aos eventos dedicados à música de raiz. Frequentemente, aqueles que se afeiçoam a essa vertente cultural enfrentam dificuldades em angariar o apoio necessário para suas iniciativas. Eles se veem em uma luta constante para manter viva a chama da autenticidade em meio a um mercado dominado pelo comercialismo.


Segundo Almir, os festivais de música sertaneja moderna têm investimento grandioso e os de música de raiz estão nas mãos de poucos fazedores de cultura.

Ao falar sobre como, atualmente, os jovens goianos relacionam-se com a tradição da moda de viola, o artista sintetiza: “Da pior maneira possível”. Muitas vezes, sem compreender plenamente o significado profundo das letras e melodias, acabam reduzindo a música caipira a meros temas de "sofrência", perdendo a conexão com as raízes culturais que ela representa. A indústria cultural, com seu poder de persuasão, também contribui para essa desconexão, vendendo gato por lebre e diluindo a verdadeira essência da tradição sertaneja.


Em meio a esse cenário desafiador, a imprensa tem um papel crucial. Cabe aos jornalistas noticiar as coisas como elas realmente são, criticando construtivamente e mostrando à população o que de fato é cultura e o que é lixo cultural. "Resumindo, a cultura musical está indo ladeira a baixo, precisando de que vocês (imprensa) noticiem as coisas como elas realmente são, que critiquem e mostrem à população o que de fato é cultura e o que é lixo cultural", alerta ele.



Almir Pessoa tocando viola caipira / Arquivo pessoal



Agricultura familiar: o sertanejo na preservação do ambiente e na vida em campo


Para além das influências caipiras dentro do imaginário social-coletivo do povo sertanejo, a cultura desses indivíduos se ramifica de galho em galho numa árvore que se alimenta de costumes e tradições que ainda estão presentes ao seu redor e que lutam por essa permanência. Os modos de vida, incluindo a alimentação, processo de produção e preservação da terra são abraçados por essa manutenção e valorização de seus povos.


Esses pilares básicos de vivência são acolhidos por essas pessoas a partir da agricultura familiar, sistema produtivo que articula diversas temporalidades e diversas espacialidades, e que permite a reprodução social da família no campo ou na cidade, não somente em termos econômicos, mas também culturais. Famílias que moram no campo ou em áreas rurais têm essa modalidade de produção agrícola como base para comer e comercializar.


“A agricultura familiar é primordial para a preservação do meio ambiente e para a promoção da sustentabilidade agrícola. Ela é caracterizada por uma produção agropecuária e por uma extensão de terra muito menor do que a produção em latifúndios. A agricultura familiar conta com membros da própria família trabalhando nessas terras, nesses módulos menores, e ela de fato produz alimento. 70% dos alimentos produzidos no Brasil são provenientes da agricultura familiar. O arroz e feijão nosso de cada dia é produzido pela agricultura”, diz Jordana Oliveira, diretora de Relações Institucionais da organização agroecológica EcomAmor.


A produção em terra menor e, consequentemente, em escala menor, mantém esses grupos de pessoas em contato com a areia, o mato, a nascente e os animais. Jordana comenta que “elas não vão vender suas terras e migrar para as cidades para conseguirem ter subempregos. Elas não vão vender suas terras para serem agregadas a novos latifúndios, não vão vender suas terras para serem exploradas por outras atividades econômicas”. A permanência desses é essencial para a proteção do espaço natural que habitam, além de dar continuidade à geração de renda e do desenvolvimento de pequenos municípios, principalmente onde essas famílias estão localizadas.



EcomAmor na Feira Agro Centro-Oeste, 2023 / Foto: Fernanda Queiroz



A sustentação e o cuidado desse ambiente se dá através, por exemplo, a partir da plantação policultural: de grãos como o feijão até pés de abóbora, se tem uma produção diversa e abundante em qualidade. Aqui, a utilização de venenos, insumos, fertilizantes e agrotóxicos é utilizada em escala menor do que a agricultura convencional que vemos fora dessa realidade. Os maquinários não são tão visíveis e o solo tende a receber poucos impactos que o danifique brutalmente.


Do pequeno terreno até chegar no prato de milhares de brasileiros ao redor do país, é esperado que haja alguns desafios a serem enfrentados. Um deles é “a falta de incentivo de acesso ao crédito à agricultura familiar, que é muito limitado aos recursos, à condições vantajosas para que eles possam investir na produção, na infraestrutura adequada, maquinário, ferramentas. Formação também [em relação ao] apoio com informações técnicas aos pequenos agricultores, principalmente da agricultura familiar, porque geralmente são pessoas que têm um nível de escolaridade baixa. Hoje nós vemos um envelhecimento da população também, então é uma falta de incentivo no geral”, aponta Jordana, acreditando que essa formação também acende o desejo das populações mais jovens que vivem nesse meio a continuarem a história de seus antepassados, de suas famílias.


É importante lembrar que, também, são áreas que contam muitas vezes com pouca infraestrutura de moradias, de assistência médica hospitalar. São desafios inter-relacionados com a falta do incentivo na agricultura familiar como um todo junto das pressões econômicas, que existe uma demanda irregular do mercado.


Através dos problemas, há soluções e maneiras de reinventar para que tudo isso permaneça vivo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai disponibilizar R$66,5 bilhões no Plano Safra 2024/2025 (alta de 73% em relação ao último ano-safra), para financiar investimentos da agricultura brasileira, maior orçamento já oferecido pelo Banco. Dos R$33,5 bilhões com juros equalizáveis, R$14,8 bilhões serão destinados a pequenos produtores da agricultura familiar, com juros entre 0,5% e 6% ao ano, com o montante representando aumento de 28% em relação ao último ano-safra. Totalizando, a iniciativa assegura R$85,7 bilhões para o desenvolvimento da agricultura familiar.


Fonte: Secretaria de Comunicação Social. Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025.



Para além de dados estatísticos, ações humanas e próximas também acolhem o apoio à agricultura familiar. A EcomAmor, a exemplo, mantém contato com mulheres agricultoras da comunidade Jatobá, no território Kalunga na Chapada dos Veadeiros, através do projeto Raízes Comunitárias do Cerrado. Através da educação socioambiental, realizam formações direcionadas para plantio, para gestão de resíduos e outras formações diversas. Junto ao SENAR, a Emater e a Embrapa, proporcionam uma mão intermediária para a formação técnica. 


Ir para o campo, aprender com quem está lá e escutar quem planta, quem faz parte da agricultura familiar. A luta pela agroecologia, pela sustentabilidade, por uma forma mais ecológica de produção e também de vida, de formações, de aprendizado na prática, de escutar os mais velhos, de reconectar com as histórias rurais e com a de antecedentes é uma forma muito importante de aprender o que é a agricultura familiar e qual que é a importância dela para nossas vidas, história, cultura e economia.





Agronegócio: Nutrindo a economia goiana 


O professor-economista, Waldemiro Alcântara, define o agronegócio de forma didática: 



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Waldemiro Alcântara



E a partir dessa definição pode-se dizer que a importância do agronegócio em Goiás vai além da cultura, identidade, história e memória do povo goiano; é parte essencial da existência do Estado, constituindo uma engrenagem fundamental da economia, não apenas da região, mas de todo o país.


No ano passado, durante a comemoração dos 10 anos da fundação da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, declarou: “É um setor que alavanca a economia do nosso país. Somos referência mundial hoje.” Em complemento, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, Pedro Leonardo Rezende, afirmou: “Esse segmento tem sido responsável por todos os resultados econômicos que Goiás tem alcançado.”


Em 2023, de acordo com dados publicados pelo Instituto Mauro Borges (IMB), vinculado à Secretaria-Geral de Governo (SGG), o agronegócio foi responsável pela criação de mais de 1 milhão de empregos no Estado. Sobre a criação de empregos, o professor Waldemiro Alcântara, afirmou: “O agronegócio talvez seja um dos maiores empregadores do Estado. Ele vai desde os insumos até a distribuição final. Temos a cadeia de grãos, a cadeia de proteína animal — frango, suíno e bovino —, o açúcar energético da cana-de-açúcar, que gera açúcar e álcool, além da cadeia do algodão, do café e do trigo. A soma de todos esses segmentos acaba gerando muitos empregos e renda para o estado de Goiás.”


O impacto econômico do agronegócio em Goiás é também expressivo em termos de valores. Esse setor representa cerca de 27% do PIB nacional, mas, quando o olhar é direcionado para Goiás, a estimativa é ainda mais impressionante, girando em torno de 50%, segundo Waldemiro Alcântara. Em termos quantitativos, apenas em 2022, o faturamento do Estado com exportações na área do agronegócio alcançou 11,7 bilhões de dólares. Adicionalmente, entre os 100 municípios mais ricos do Brasil no setor agropecuário, 14 estão em Goiás, de acordo com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. Todos esses dados reforçam, mais uma vez, a importância desse setor para os goianos, moldando não apenas a economia estadual, mas também a nacional.


O agronegócio pode ser dividido em três setores: primário (responsável pela produção), secundário (responsável pelas agroindústrias) e terciário (responsável pela distribuição). O setor primário está presente nas áreas rurais e ocupa uma grande parte do Estado, enquanto os setores secundário e terciário se encontram nos meios urbanos. É importante destacar que o setor terciário é o que mais gera empregos, respondendo por cerca de 38,4% dos postos de trabalho, impactando diretamente a vida nos pólos urbanos. Mesmo de forma indireta, a vida de todos está entrelaçada ao agronegócio, especialmente considerando que todos os alimentos provêm desse setor, Waldemiro também menciona outras áreas relacionadas, como a silvicultura, o algodão e o setor elétrico.


O principal ramo do agronegócio em Goiás é a produção de grãos como soja, milho e sorgo, mas o Estado também se destaca na exportação de carnes suínas e bovinas. Veja o ranking com as posições que Goiás ocupa quando comparado com os Estados na produção para as exportações:



Dados coletados pela SEAPA - Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás



Esses dados com a publicação "Radiografia do Agro", da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) que ressaltam mais uma vez a importância desse ramo para a economia goiana. Por fim, o que pode se concluir, é o que Waldemiro diz:



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Waldemiro Alcântara


O sucesso de Goiás no setor agropecuário se deve ao clima, região e solos favoráveis para essas produções. No entanto, o professor Waldemiro alerta que as alterações climáticas representam uma preocupação para a economia goiana, pois afetam diretamente os balanços hídricos. Esse desequilíbrio pode causar escassez de água e prejudicar a produção que é a base da economia do Estado.



Vegetação goiana passando pela seca. Criador: Pixabay. Direitos autorais: Creative Commons.



A influência do agronegócio em Goiás não pode ser negada. No entanto, essa unidade centralizada da economia levanta sérias preocupações sobre a diversidade cultural em transformação do Estado. Com o passado cultural dinâmico de quilombolas e povos indígenas e movimentos culturais atuais, a identidade do povo desse estado não se resume a campos de soja e milho. 


Para que a economia e o progresso não subjuguem a base cultural que constitui Goiás, uma abordagem equilibrada ao crescimento dos negócios deve ser aplicada. O desafio é claro: a prosperidade dos negócios nem sempre pode resolver a preservação da cultura. Apenas juntas, as tradições preservadas e uma economia crescente podem garantir que, em séculos, o estado de Goiás exista em união com todos os seus habitantes e respeito a todas as suas histórias.




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